28/02/2015

Furto da sensibilidade: breve consideração

     A Indústria cultural tem como objetivo “roubar” a capacidade reflexiva do sujeito, tornando-o incapaz de contemplar a obra de arte não fazendo distinção entre arte e produto de consumo.
Há um sistema de dominação que condiciona o gosto e inibe a capacidade crítica e reflexiva fazendo com que a obra de arte perca sua integralidade, passando ser conhecida como clichê, chavão de comercial, ou seja, fragmento solto, perdendo sua essência  artística.

Ultrapassando de longe o teatro de ilusões, o filme não deixa mais à fantasia e ao pensamento dos espectadores nenhuma dimensão na qual estes possam, sem perder o fio, passear e divagar no quadro da obra fílmica permanecendo, no entanto, livres do controle de seus dados exatos, e é assim precisamente que o filme adestra o espectador entregue a ele para se identificar imediatamente com a realidade. Atualmente, a atrofia da imaginação e da espontaneidade do consumidor cultural não precisa ser reduzida a mecanismos psicológicos. Os próprios produtos (...) paralisam essas capacidade em virtude de sua própria constituição objetiva (ADORNO & HORKHEIMER, 1997:119).

            Assim, a intenção da Indústria Cultural é obscurecer a percepção de todas as pessoas, principalmente daqueles que são formadores de opinião. Ela é a própria ideologia. Os valores passam a ser regidos por ela. Até mesmo a felicidade do individuo é influenciada e condicionada por essa cultura Levando o individuo a não ter opinião própria desenvolvida  repetindo o que lhe é imposto.

Referências bibliográficas:

HORKHEIMER, M., e ADORNO, T. W., Dialética do Esclarecimento: Fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

[pRé] Socráticos

    FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS (ou físicos)   Nome Contexto   Escola Principais...