22/03/2017

Dualismo platônico - metáforas Mito da Caverna



Mundo Sensível X Mundo inteligível

*Interior da caverna = o que cotidianamente se apresenta a nós em seu aspecto e aparência

*Homens = habituados a viver nesse mundo de aparências

*Coisas visíveis do interior da caverna =coisas próprias do “ente” (da forma como a gente vê) – corresponde ao aspecto e aparência.

“O mundo sensível é muito enganador”

*Caminho da ascendência = contemplação do Homem.

*Saída do homem a crença da verdade. PAIDEIA (formação, educação) = Processo de ascendência. Se não desenvolvermos nossas potencialidades ficaremos estagnados.

*Movimento de subida não é simplesmente um movimento qualquer. É íngreme, desconhecemos. A primeira vez que o fazemos é dolorido (dor da alma, e não a dor dos olhos ao ver a luz) = “movimento de virada”: sair de uma posição que esteve o tempo todo e começar uma movimentação diferente requer um esforço e, consequentemente, dor. “A subida é a transformação da natureza humana”

*Fora da caverna = para Platão, é o mundo das ideias. O “ente” se mostra naquilo que são permanentemente=> essência.

*Contemplação das ideias = conhecer e reconhecer as coisas o que são as coisas em sua realidade. (consigo conhecer que a luz da caverna não é o que aparenta ser)

*Realidade = só é possível com o aparecimento da luz das ideias.


*Sol = metáfora mais importante da República = ideia fundamental que faz visível todas as outras ideias e que torna possível mostrar-se (existe uma ideia e que a partir dela existem outras, o que me leva a crer o que é o Ser – uno).


**Ascendência: diferentes moradas da alma humana

**Coisas materiais (belo particular) = primeira morada = o imediato (cativos, acorrentados; mundo dos objetos, das sombras)

**Supressão das amarras = começam a questionar as sombras, mas ainda é tudo confuso. De certa maneira estão livres, mas contemplam o imediato. Percebe que podem virar-se (para ver o fogo).

**Liberdade = domínio das essências = contemplam as coisas como elas realmente são. O deslumbramento exige paciência (para que ali possa permanecer)

**Descolocamento = belo em si = “luta” que trava e incomoda o filósofo. Ele precisa voltar. A essência é a movimentação.

12/03/2017

Áreas de investigação filosófica (mais sugeridas na sala de aula - Ensino Médio)


EPISTEMOLOGIA (teoria do conhecimento): Episteme é um termo grego que designava o conhecimento reflexivo, teórico, fundamentado, elaborado com rigor (oposto à doxa = conhecimento comum, obtido sem reflexão crítica).Epistemologia, assim, designa o estudo da natureza do conhecimento obtido nas diversas ciências, que é um conhecimento fundamentalmente teórico. Seu propósito é lançar um olhar crítico sobre as diversas áreas e buscar distinguir a ciência autêntica da pseudociência; outras vezes, tal termo é usado no contexto filosófico em referência às concepções relativas ao processo de conhecer em geral (não apenas no âmbito científico). Tem como sinônimos: Teoria do conhecimento ou gnosiologia – gnosis: ação de conhecer // Exemplos de questões abordadas: o que é a verdade? O que é a mente? O que é o conhecimento?Como se conhece? Existem ideias inatas?

LÓGICA: logos é uma palavra grega que significa originalmente “verbo, palavra”. Em Filosofia passou a ser identificada com as ideias de razão, pensamento ou discurso racional e raciocínio. Como disciplina filosófica é o estudo dos juízos, enunciados com o objetivo de estabelecer os princípios ou as regras gerais do raciocínio correto ou válido.// Exemplos de questões abordadas: o que é um argumento válido? Quando um argumento é verdadeiro? Quais os raciocínios enganosos (falácias) mais comuns?

METAFÍSICA: metá = atrás, depois; physiká = coisas naturais. É o estudo do ser (tudo o que é) enquanto ser, ou seja, o que é em si, suas propriedades, causas e princípios primeiros. Busca a realidade fundamental das coisas, sua essência. Seria a área mais abstrata da filosofia, a que mais se desprende da experiência. Dividia-se em ONTOLOGIA e TEOLOGIA. Ocupa-se, pois,  das “questões últimas” da filosofia; os objetos da metafísica não são coisas acessíveis à investigação empírica (experiência); são realidades transcendentes que só podem ser descobertas pelas luzes da razão. Tenta esclarecer como as pessoas entendem o mundo.// Exemplos de questões abordadas: qual é a origem de tudo? O que é a realidade? O que é o tempo? O que é a vida? Qual é a natureza de Deus?

ÉTICA: (ou filosofia moral). Ethos é uma palavra grega com significado de “modo de ser, caráter” e, com uma pequena variação, “hábito, costume”. A palavra ética aplica-se à disciplina filosófica que investiga os diversos sistemas morais elaborados pelas sociedades humanas (normas, proibições e valores) que orientam a conduta e os costumes dentro de uma comunidade ou cultura; é um ramo dedicado aos assuntos morais. A palavra ética significa aquilo que pertence ao caráter. Busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano.// Exemplos de questões abordadas: o que é o dever? Como nascem e em que se fundem os deveres? Como devemos agir? O que é a virtude? O que é o bem? O que é o mal? Existe a liberdade humana?

ESTÉTICA: Aisthesis é um termo grego que significa “percepção pelos sentidos, sensação”. Como disciplina filosófica, é o estudo da percepção pelos sentidos, especialmente da percepção do belo. Investiga, sobretudo, as manifestações da arte, os sentimentos que ela expressa e desperta. Por isso, constitui também uma filosofia da arte.// Exemplos de questões abordadas: o que é o belo? O que é a obra de arte? Existem princípios universais da beleza? O que é o gosto? Gosto se discute?

FILOSOFIA POLÍTICA: polis é uma palavra grega que quer dizer “cidade” ( em referência à cidade-Estado da Grécia antiga). Dela formou-se o termos politike (ciência ou arte da cidade – de sua organização e governo); assim, política é o campo de atividade humana que trata do Estado, das coisas de interesse público e do conjunto dos cidadãos. A F.P. é o campo de reflexão filosófica sobre as questões políticas, bem como as relações humanas consideradas em seu sentido coletivo; também investiga, entre outras coisas, a melhor maneira de organizar a vida social, suas instituições e suas práticas.// Exemplos de questões abordadas: como surgiu a sociedade? O que é o Estado? O que é justiça? O que é igualdade?

FILOSOFIA DA LINGUAGEM: Campo da reflexão filosófica que trata sobre a linguagem; não é uma “preocupação” coma linguística, pois mantém certos vínculos com outras áreas filosóficas, principalmente com a metafísica, a lógica e a epistemologia. Ocupa-se, pois, com as relações da linguagem com o pensamento, com o conhecimento da verdade e com o mundo.// Exemplos de questões abordadas: o que é o significado? O que é uma palavra? Qual é a função da linguagem? O que é um enunciado verdadeiro?

Bibliografia básica:

COTRIM, G. & FERNANDES M.: Fundamentos de Filosofia. São Paulo: Saraiva; 2010.

11/03/2017

História da Filosofia- Quadro compacto


PRINCIPAIS PERÍODOS DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA

Divisão
Período

Principais representantes
Contexto 
histórico
Filosofia Antiga
Séc. VI a.C. ao VI d.C.




Filosofia Patrística

Séc. I ao VII

Conciliar a nova religião (Cristianismo) com o pensamento filosófico dos gregos e romanos (Fé e Razão)


Santo Agostinho


Filosofia Medieval


Séc. VIII ao XIV

Influências principais: Platão e Aristóteles

Santo Tomás, Avicena, Averróis

=Domínio da Igreja católica
=Criação das Universidades (Escolástica)




Filosofia da Renascença



Séc. XIV ao XVI


Montaigne, Dante, Maquiavel.

=Descoberta de novas obras da cultura greco-romana: imitação dos antigos
=Humanismo





Filosofia Moderna




Séc. XVII e XVIII

“grande racionalismo clássico”

=perguntas filosóficas: qual a capacidade do intelecto humano para conhecer e demonstrar a verdade? (sujeito)/como o intelecto pode conhecer o que é diferente dele? (Objeto) de conhecimento: natureza, a vida social e política.



Bacon, Galileu, Descartes, Espinosa


=Nasce a ideia de experimentação e de tecnologia
+origem da ciência moderna (astronomia, física, química, psicologia, política

Filosofia da Ilustração /Iluminismo


Meados do séc. XVIII – começo do séc. XIX

Crença nos poderes da Razão

Rousseau, Kant, Voltaire.

=Ideias da rev. Francesa 
(marco inicial da idade contemporânea)




Filosofia Contemp.



Meados do séc. XIX aos nossos dias.

=Avanços técnicos, industrialização e conflitos sociais.

Russell – (romantismo – grande defensor da causas humanitárias)
Fichte, Schelling, Hegel – (idealismo alemão)
Comte (positivismo)
Schopenhauer
Kierkegaard
Marx
F.Engels
Nietzsche (do julgamento da civilização à questão da existência humana)
Husserl (fenomenologia e o retorno às próprias coisas)
Heidegger (o sentido do Ser)
Sartre (a responsabilidade do homem por aquilo que faz)
Filosofia Analítica (investigação da linguagem e suas relações com o real)
Wittgenstein –a linguagem é como uma caixa de ferramentas
Escola de Frankfurt = Adorno, Horkheimer, W.Benjamim, H. Marcuse, Habermas.



Pós-modernismo




Segunda metade do séc. XX

Crítica do projeto da modernidade: constatação dos desastres sociais e ambientais = miséria, desigualdades sociais extremas, catástrofes ambientais, guerras, violências etc.


M. Foucault = dominação social presente nas diversas instituições
J. Derrida = crítica da razão no Ocidente
J. Baudrillard = estuda a compreensão da sociedade de massas

Períodos da Filosofia na Grécia - tabela facilitadora


FASES DA HISTÓRIA DA GRÉCIA

Grécia Homérica

Grécia Arcaica
(séc.VII ao V a. C)
Grécia Clássica
(séc.V a IV a.C)
Grécia Helenística
(a partir do séc. IV a. C)


= Homero (não existe Filosofia)
=Ilíada – Odisseia

= Sete sábios
=criação das cidades: Atenas, Esparta, Tebas,Megara,Samos.
= Surge a Filosofia
=Economia urbana: artesanato, comércio
=apogeu da Filosofia: Sócrates, Platão e Aristóteles.
=democracia
= apogeu da vida intelectual e artística
= domínio de Atenas como Império comercial e militar
= Grécia dominada pela Macedônia (Alexandre) e pelo Império Romano
=Grécia termina a história de sua existência independente
=período de decadência da Filosofia na Grécia

PERÍODOS DA FILOSOFIA GREGA

Pré-Socrático ou Cosmológico
(final séc.VII ao final do séc. V a. C.
Socrático ou antropológico (ou clássico)
(final do séc.V ao final do séc. IV a.C.)
Sistemático
(final do séc.IV ao III a.C.)
Helenístico ou Grego romano
(final do séc. III a.C. ao séc. VI d.C)

*conteúdo: origem do mundo; causas das transformações na natureza.

Sócrates, Platão e Aristóteles
*conteúdo: o Homem (ântropos); questões humanas: ética, política, técnicas.

Sistematização (reunião de tudo o que foi pensado nos períodos anteriores) = Aristóteles
=Tudo pode ser objeto do conhecimento filosófico, observadas as leis do pensamento (Lógica) que oferecem critérios da verdade e da ciência.
Alcança Roma e o pensamento dos primeiros padres da igreja (Santo Agostinho)
=Questões da Ética e do conhecimento humano.
=Relações entre o Homem e a natureza, ambos com Deus

04/03/2017

Esclarecimento - migração para a condição moral



AUFKLÄRUNG -  resposta à pergunta: Que é esclarecimento?


Com a publicação do texto de Kant (1724-1804) quanto a questão "Que é Esclarecimento", em 1783, observamos a grande contribuição kantiana para a "evolução" do pensamento racional:

  • Esclarecimento  é um "estado moral".
  • Maioridade é condição de discernimento.
  • Viver coordenado pelas ações do outro não é necessariamente a uma pessoa, mas a determinada condição moral. Não possuímos autonomia (não pensamos por nós mesmos)
Kant apresenta o texto como uma saída do mundo de dogmas, de valores tradicionais para a entrada onde a RAZÃO seja pressuposto para o racionalismo crítico. Segundo o pensador, temos uma tendência apaixonada, preguiçosa e covarde que nos impede de sair da condição de "menoridade".

O Homem, em sua menoridade, vive tutelado e protegido por um conjunto de regras que o "obrigam" a criar um imperativo sobre a vida sem necessariamente ter clareza sobre ela (ou seja, fazemos algo e não sabemos exatamente porquê fazemos).

Só com o tempo e consequentemente com o PROGRESSO MORAL, atingiríamos a "maioridade" mencionada por Kant ( considerado por muitos o maior filósofo do Iluminismo).

Tudo seria pautado pelo crivo racional.

Que bom seria!



Tabela facilitadora - Filósofos da natureza


FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS (ou físicos)


Pensador


Contexto


Escola

Principais ideias
Tales
Mileto
 (623-546 a. C)
Naturalista
Considerado o primeiro filósofo do mundo Ocidental; considera a água como princípio de tudo.

Anaximandro
Mileto
 (610-547 a. C)
Naturalista
Seguidor de Tales. Aprofunda suas ideias e concebia o apeiron (infinito, indeterminado) como princípio de tudo.

Anaxímenes
Mileto
 (588-524 a. C)
Naturalista
Expande o princípio do apeiron e concebe o Ar como princípio de tudo.

Pitágoras
Samos
 (570-490 a. C)
Pitagórica
O número é o princípio do cosmos; a alma pode transmigrar de corpos; existe um parentesco entre todas as formas de vida; o corpo é apenas um receptáculo da Alma.

Heráclito
Éfeso
 (540-480 a. C)
Pensadores de Éfeso e Eleia
Concebia o mundo como algo em constante transformação; a regra do mundo era a mudança; o elemento primordial era o Fogo.

Parmênides
Eleia 
(510-470 a. C)
Pensadores de Éfeso e Eleia
O mundo era imutável; o ser é algo único, eterno, imóvel.

Zenão
Eleia 
(488-430 a. C)
Pensadores de Éfeso e Eleia
Discípulo de Parmênides e seu pensamento. Direcionou-se  a elaborar teorias e argumentos que defendessem seu pensamento.

Anaxágoras
Clazômena
(500-428 a.C)
Mecanicista e Atomista
A existência da multiplicidade explica-se pela presença de uma posição de cada coisa em todas as demais, caracterizando-se através do elemento predominante: o Espírito (nous); que o tudo domina seria a única exceção, pois permanece ilimitado, autônomo e sem mistura.

Empédocles
Agrigento
 (490-430 a. C)
Mecanicista e Atomista
Queria conciliar as concepções de Heráclito e Parmênides; concebia a existência de quatro elementos predominantes: terra, fogo, água e ar; elaborou ainda os conceitos de amor (atração) e ódio(repulsão)

Demócrito
Abdera 
(460-370 a. C)
Mecanicista e Atomista
Para o pensador, a natureza é composta de vazios e de átomos, partículas materiais e invisíveis, eternas e invariáveis. “Nada nasce do nada”; tudo se encadeia, necessariamente; os corpos nascem de combinações de átomos e desaparecem pela separação dos mesmos.

Leucipo
Abdera
 (450-420 a. C)
Mecanicista e Atomista
Defendeu que todas as coisas são ilimitadas e que os átomos constituem o princípio de todas as coisas.

[pRé] Socráticos

    FILÓSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS (ou físicos)   Nome Contexto   Escola Principais...