Que
tempos são esses onde a reflexão caminha a tornar-se reflexiva? São tempos da
reflexão pedagógica, antropológica, científica? São todos ou nenhum? Ou outro
algum?
São
tempos.
É tempo. E, são sempre as mesmas questões.
O
professor de filosofia, em seu mundo sísifico,
continua a rolar seu peso dividido entre o mundo pedagógico e um ideal
metodológico para que possa oferecer condições que facilitem o aprendizado
formativo. Pobre deste, pois não sabe quais são os fins pedagógicos do ensino
da disciplina que elegeu para pesquisar.
Descobre-se
impotente diante das adversidades pessoais e leva em conta seus ideais,
esquecendo – muitas vezes – o porquê dessa escolha.
Num
primeiro momento, é oportuno enfatizar que – ao escolher professar, quaisquer
que sejam as disciplinas, é preciso desprender, anular-se, tornar-se outro.
Esvaziar-se. Só então poderemos compreender a importância da não
instrumentalização da filosofia como disciplina escolar, a não doutrinação dos
pensantes.
O
professor, aquele – preso a um ponto de vista, faz com que seus alunos
continuem a repetir o que seria “politicamente correto”, aceitável, sem ao
menos permitir qualquer atitude crítica que possa vir a surgir. Não queremos
tais educadores em nossas escolas. Já temos, em grande parte, nos colegiados
governamentais. Não formam opiniões. Coagem - as.
É
necessário desconfiar da instrumentalização da disciplina de filosofia na sala
de aula, uma vez que não estamos formando pensantes fenecidos, mas estudantes
competentes, com uma visão autêntica de realidade, sem que o mesmo repita
ideias prontas, mas que tenhas as próprias. É necessário autonomia pensante,
nada mais de repetição de fórmulas – ou mesmo teses filosóficas prontas, ideais
econômicos pré estabelecidos, alcançando o que o texto menciona como “autonomia
do pensar crítico”.
É
preciso práxis e a inaptidão do professor em dispor-se a esse labor, torna a
“real” formação dos jovens cada dia mais longínquo.
Não
devemos esquecer que somos guias, formadores de opinião e que somos nós quem
lançamos o fruto da repetição de ideias prontas. Ideias implantadas por nós
através do ato de educar (explicitamente falando).
É
preciso estudo, prudência e, sobretudo, desvencilhar do pronto, do acabado.
Assim, estaremos prontos a estimular e oportunizar competências para que, num
futuro próximo, alcancemos certa autonomia intelectual por parte de nossos
alunos.
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