22/03/2015

"Reificação" [?] - Instrumentalizar: a matança em série do pensar reflexivo

Que tempos são esses onde a reflexão caminha a tornar-se reflexiva? São tempos da reflexão pedagógica, antropológica, científica? São todos ou nenhum? Ou outro algum?
São tempos.
 É tempo. E, são sempre as mesmas questões.

O professor de filosofia, em seu mundo sísifico, continua a rolar seu peso dividido entre o mundo pedagógico e um ideal metodológico para que possa oferecer condições que facilitem o aprendizado formativo. Pobre deste, pois não sabe quais são os fins pedagógicos do ensino da disciplina que elegeu para pesquisar.
            Descobre-se impotente diante das adversidades pessoais e leva em conta seus ideais, esquecendo – muitas vezes – o porquê dessa escolha.

Num primeiro momento, é oportuno enfatizar que – ao escolher professar, quaisquer que sejam as disciplinas, é preciso desprender, anular-se, tornar-se outro. Esvaziar-se. Só então poderemos compreender a importância da não instrumentalização da filosofia como disciplina escolar, a não doutrinação dos pensantes.
O professor, aquele – preso a um ponto de vista, faz com que seus alunos continuem a repetir o que seria “politicamente correto”, aceitável, sem ao menos permitir qualquer atitude crítica que possa vir a surgir. Não queremos tais educadores em nossas escolas. Já temos, em grande parte, nos colegiados governamentais. Não formam opiniões. Coagem - as.

É necessário desconfiar da instrumentalização da disciplina de filosofia na sala de aula, uma vez que não estamos formando pensantes fenecidos, mas estudantes competentes, com uma visão autêntica de realidade, sem que o mesmo repita ideias prontas, mas que tenhas as próprias. É necessário autonomia pensante, nada mais de repetição de fórmulas – ou mesmo teses filosóficas prontas, ideais econômicos pré estabelecidos, alcançando o que o texto menciona como “autonomia do pensar crítico”.

É preciso práxis e a inaptidão do professor em dispor-se a esse labor, torna a “real” formação dos jovens cada dia mais longínquo.

Não devemos esquecer que somos guias, formadores de opinião e que somos nós quem lançamos o fruto da repetição de ideias prontas. Ideias implantadas por nós através do ato de educar (explicitamente falando).


É preciso estudo, prudência e, sobretudo, desvencilhar do pronto, do acabado. Assim, estaremos prontos a estimular e oportunizar competências para que, num futuro próximo, alcancemos certa autonomia intelectual por parte de nossos alunos.

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