02/09/2012

Diálogos de Platão - Crátilo


Crátilo é um diálogo aparentemente político, no sentido principal de defesa da tese de que “os reis nascem reis”.

Neste diálogo, Platão coloca uma alternativa para a questão do sentido. Cada um dos personagens platônicos pretende sitiar e colonizar o sentido, tendo a linguagem como ponto de inflexão de sua argumentação.    

Sócrates, pautado numa posição aristocrática - onde há uma verdade e não verdades - acaba por convencer Crátilo e Hermógenes - personagens do diálogo, que não seria possível haver uma linguagem que não fosse aquela derivada da língua original, pois doutro modo nada restaria de estabilidade na linguagem que justificasse sua capacidade inerente de dizer as coisas.

Sua lógica de argumentação visa atingir os sofistas, que Hermógenes trouxe à conversa, atacando a medula do raciocínio sofista: “o homem é a medida de todas as coisas” (Protágoras). Se isso fosse verdade, toda a cadeia de manutenção da ordem grega de então ruiria e perder-se-ia a razão para haver diferenças sociais baseadas apenas nos direitos de nascimento.

Caso Sócrates não defendesse a justeza dos nomes das coisas, evidenciando “falhas” na língua, não poderíamos hoje diferenciar a grande divergência entre esses “nomes” que nos são dados como conceitos.

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